Philip K. Dick foi um escritor americano de ficção científica, nascido em 1928. Suas histórias, inconvencionais até mesmo para o gênero, focavam sempre em realidades distorcidas. Foi muito influenciado por Aldous Huxley, suas próprias experiências com drogas, estudos sobre Psicologia e, principalmente, por sua crença de que não vivemos em um mundo real, mas em uma realidade simulada por computador, ou seja, uma matrix. A quantidade de adaptações para cinema e TV de seus livros e contos é espantosa, só para citar algumas: Minority Report, O Vingador do Futuro, O Homem Duplo, O Homem do Castelo Alto e, claro, Blade Runner.
Na juventude, Philip foi submetido a um teste psicométrico e o resultado surpreendeu: suas respostas em conjunto não seguiam absolutamente nenhum padrão. Era como se a sua personalidade fosse raríssima ou até mesmo exclusiva. Com esse perfil único, sua sanidade mental era discutível, e sua inteligência e criatividade inegáveis. Em vida, foi premiado algumas vezes, mas sua genialidade levaria tempo para ter o devido reconhecimento. Blade Runner chegou ao cinema em 1982, ano de sua morte, e desde então até os dias de hoje, produtores fazem fila para adaptar suas histórias.
Não espere maniqueísmo em seus livros: bem e mal não são claramente definidos e seus protagonistas não são heróis. Espere mais perguntas do que respostas, a maioria delas começando com "E se... ?". E se você não soubesse se está vivo ou morto? Se é uma pessoa ou um andróide? E se pudesse implantar memórias falsas? E se tivesse uma vida dupla? E se sobrevivesse num mundo psicótico a base de alucinógenos? E se acordasse um dia e ninguém lembrasse quem você é? Como seria o mundo se a Alemanha e o Japão tivessem vencido a Segunda Guerra? Espere histórias ágeis, caóticas e bem construídas no futuro (o nosso presente) como ele imaginava que seria.
O professor de ciências políticas Henry Farrell foi categórico: "Não é no futuro de George Orwell ou Aldous Huxley em que estamos vivendo. Não estamos aprendendo a amar o Big Brother ou tomando o soma para preservar as hierarquias sociais. É no mundo de Philip K. Dick: o das pseudo-realidades. As pessoas hoje não são melhores em detectar inteligências artificiais do que seus personagens. No twitter muitos interagem com bots, inclusive o presidente dos Estados Unidos retuitou uma mensagem elogiosa de um bot conectado a uma outra rede de bots. Essa falsidade generalizada, combinada com política fragmentada e fake news, pode ser explosiva".
Coincidentemente (ou não), houve sincronias entre seus livros e os momentos da minha vida enquanto eu lia pelo menos quatro vezes, com Fluam, Minhas lágrimas, Disse o Policial; Um Reflexo na Escuridão (ou O Homem Duplo); Os Três Estigmas de Palmer Eldritch (esse aliás era um dos livros preferidos do John Lennon) e Clãs da Lua Alfa. No Brasil, a maioria dos livros disponíveis de Philip foram lançados pela Editora Aleph. E essa é a minha coleção. <3
Nós estamos vivos e Philip está morto? Ou seria o contrário?
O professor de ciências políticas Henry Farrell foi categórico: "Não é no futuro de George Orwell ou Aldous Huxley em que estamos vivendo. Não estamos aprendendo a amar o Big Brother ou tomando o soma para preservar as hierarquias sociais. É no mundo de Philip K. Dick: o das pseudo-realidades. As pessoas hoje não são melhores em detectar inteligências artificiais do que seus personagens. No twitter muitos interagem com bots, inclusive o presidente dos Estados Unidos retuitou uma mensagem elogiosa de um bot conectado a uma outra rede de bots. Essa falsidade generalizada, combinada com política fragmentada e fake news, pode ser explosiva".
Coincidentemente (ou não), houve sincronias entre seus livros e os momentos da minha vida enquanto eu lia pelo menos quatro vezes, com Fluam, Minhas lágrimas, Disse o Policial; Um Reflexo na Escuridão (ou O Homem Duplo); Os Três Estigmas de Palmer Eldritch (esse aliás era um dos livros preferidos do John Lennon) e Clãs da Lua Alfa. No Brasil, a maioria dos livros disponíveis de Philip foram lançados pela Editora Aleph. E essa é a minha coleção. <3
Nós estamos vivos e Philip está morto? Ou seria o contrário?