Madonna é uma pessoa. E como tal, cheia de características brilhantes e falhas. Tem coisas nela que eu amo, outras que odeio. Algumas de suas escolhas eu abomino. Quando ela me surpreende... ela costuma acertar em cheio.
Mas Madonna é mais que uma pessoa. É uma instituição. É um estilo de vida. É a coragem sobressaindo os medos. É não-conformismo. É não aceitar simplesmente "não" como resposta. Madonna é disciplina e autocontrole. Arrisco dizer que ela ajudou a formar meu caráter e incentiva até hoje alguns hábitos pessoais meus, como fazer yôga, me exercitar, me alimentar direito e beber pouco. Madonna é determinação e busca pela perfeição no que se propõe, mesmo que pague um preço alto e as críticas - e até mesmo os fracassos - venham.
Madonna é mais que a luta contra o preconceito, é fazer algo a respeito disso. Madonna foi informação num mundo de analfabetos funcionais, um mundo no qual pais e autoridades governamentais nunca foram capazes de prover educação sexual efetiva. Madonna foi a ousadia em alertar sobre prevenção do HIV e sexo seguro no encarte do seu disco de 1989 e em discutir livremente interesses sexuais em um livro lançado em 1992.
Madonna é colocar sal nas feridas abertas pela Igreja. Aquela que entra numa paróquia com um vestido decotado e beija a imagem de um santo negro. Madonna não é a cantora mais potente, a melhor dançarina ou a mulher mais bonita, mas é alguém que usa a própria arte para que as pessoas reflitam e que faz todos prestarem atenção no que ela fala e faz.
Talvez Madonna não seja uma pessoa no final das contas. Talvez Madonna seja um estado de espírito.