quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O que Aldous Huxley pensava sobre Hitler e Stalin?

Aldous Huxley é famoso pela obra mundialmente conhecida "Admirável Mundo Novo", ficção utópica/ distópica sobre uma realidade "esterilizada", com pessoas produzidas em laboratório, hierarquias sociais bem definidas sem questionamentos; e um medicamento - o Soma - capaz de anestesiar os sentimentos.

Nos livros "A Ilha" e "A Situação Humana", Huxley faz considerações interessantes sobre Adolf Hitler. Em "A Ilha", um dos personagens diz que Hitler não passava de um Peter Pan categórico: vida escolar medíocre, incapaz de competir e cooperar, sexualmente atrasado na puberdade. Se tivesse algum talento, poderia ter sido um Michelangelo, mas seus únicos dons eram odiar e gritar. "30 milhões de mortes foi o preço que o mundo teve de pagar pelo amadurecimento tardio do pequeno Adolf".

Ao contrário dos Peter Pans, que são ótimos para começar guerras com seus delírios, outro tipo de delinquente - os Valentões, como Stalin - com sua força física e realismo sem ambiguidades - é que conseguem desfechos bem sucedidos.

Em "A Situação Humana" (que não é um livro de ficção), Huxley relaciona Hitler à Depressão dos anos 30 nos Estados Unidos: o fantasma do desemprego só desapareceu quando os armamentos começaram a ser fabricados em grande escala em resposta à ameaça nazista. Que paradoxo terrível: a prosperidade do Ocidente dever ao fenômeno Hitler.

Essa é a vida real, que faz "1984" e "Admirável Mundo Novo" parecerem histórias de ninar.