Apesar de História não ser o meu forte (eu tendo a confundir
eventos, datas, alianças, etc), eu tenho uma queda por livros ambientados na
Segunda Guerra Mundial. Esses quatro que eu li são ótimos e recomendo:
1) A Guardiã da Meia Noite (Sarah Jane Stratford): um grupo de
vampiros decide se infiltrar no Partido Nazista para sabotá-los. Com capítulos
dispostos em uma narrativa não linear, o livro mescla ficção fantasiosa com
fatos históricos como "A Noite dos Cristais" e a dominação da França
pela Alemanha Nazista. Apesar de se tratar de uma história vampiresca, não
se engane: não se trata de um livro bobo. A grande sacada do livro é fazer
refletir sobre quem são os verdadeiros monstros: as criaturas sobrenaturais ou
os humanos do III Reich?
P.S.: Tem uma personagem chamada Meaghan que parece ser meio 'qualquer coisa', mas uma das passagens mais fodas do livro acontece com ela.
2) A Menina Que Roubava Livros (Markus Zusak): uma história narrada
pela Morte (!) sobre uma família alemã que esconde um jovem judeu fugitivo no
porão de sua casa e a amizade da filha do casal (a menina ladra de livros) com
ele. A parte que mais me marcou é quando, em um dado momento, a garota
desconhece o paradeiro do amigo e decide parar de rezar pela vida dele: "O mundo não o
merece". Apesar de ainda ser uma criança, ela se dá conta da realidade
atroz que a cerca.
3) O Homem do Castelo Alto (Philip K. Dick): o que teria
acontecido com o mundo se a Alemanha e o Japão tivessem ganho a Segunda Guerra?
Genocídio no continente africano, os poucos judeus sobreviventes vivendo sob
disfarce e a desvalorização total da cultura e arte americana contemporâneas. A
Guerra Fria nesse cenário seria entre a Alemanha e o Japão. Realidades
alternativas e questões existenciais são temas recorrentes e sempre muito bem
trabalhados nas ficções desse autor, que atualmente é o meu preferido.
4) A Fuga de Freud (David Cohen): mesmo com toda a influência e prestígio que tinha na época, o pai da psicanálise e sua família não estiveram imunes à perseguição dos nazistas. Sua filha Anna, tomada pelo desespero, chegou a sugerir que a família cometesse suicídio para escapar dos campos de concentração. Esse foi o último livro que li e ainda sinto aquele nó na garganta que senti quando acabei os outros três.