terça-feira, 14 de junho de 2016

A Segunda Guerra nos Livros


Apesar de História não ser o meu forte (eu tendo a confundir eventos, datas, alianças, etc), eu tenho uma queda por livros ambientados na Segunda Guerra Mundial. Esses quatro que eu li são ótimos e recomendo: 


1) A Guardiã da Meia Noite (Sarah Jane Stratford): um grupo de vampiros decide se infiltrar no Partido Nazista para sabotá-los. Com capítulos dispostos em uma narrativa não linear, o livro mescla ficção fantasiosa com fatos históricos como "A Noite dos Cristais" e a dominação da França pela Alemanha Nazista. Apesar de se tratar de uma história vampiresca, não se engane: não se trata de um livro bobo. A grande sacada do livro é fazer refletir sobre quem são os verdadeiros monstros: as criaturas sobrenaturais ou os humanos do III Reich?

P.S.: Tem uma personagem chamada Meaghan que parece ser meio 'qualquer coisa', mas uma das passagens mais fodas do livro acontece com ela.


2) A Menina Que Roubava Livros (Markus Zusak): uma história narrada pela Morte (!) sobre uma família alemã que esconde um jovem judeu fugitivo no porão de sua casa e a amizade da filha do casal (a menina ladra de livros) com ele. A parte que mais me marcou é quando, em um dado momento, a garota desconhece o paradeiro do amigo e decide parar de rezar pela vida dele: "O mundo não o merece". Apesar de ainda ser uma criança, ela se dá conta da realidade atroz que a cerca.


3) O Homem do Castelo Alto (Philip K. Dick): o que teria acontecido com o mundo se a Alemanha e o Japão tivessem ganho a Segunda Guerra? Genocídio no continente africano, os poucos judeus sobreviventes vivendo sob disfarce e a desvalorização total da cultura e arte americana contemporâneas. A Guerra Fria nesse cenário seria entre a Alemanha e o Japão. Realidades alternativas e questões existenciais são temas recorrentes e sempre muito bem trabalhados nas ficções desse autor, que atualmente é o meu preferido.


4) A Fuga de Freud (David Cohen): mesmo com toda a influência e prestígio que tinha na época, o pai da psicanálise e sua família não estiveram imunes à perseguição dos nazistas. Sua filha Anna, tomada pelo desespero, chegou a sugerir que a família cometesse suicídio para escapar dos campos de concentração. Esse foi o último livro que li e ainda sinto aquele nó na garganta que senti quando acabei os outros três.